sábado, 25 de julho de 2009

REFLEXÕES DE LLOSA SOBRE LITERATURA

"Literatura é mais de que passatempo. É um meio indispensável para formar cidadãos críticos e livres."

"Nenhuma disciplina substitui a literatura na formação da linguagem."

"Uma sociedade sem uma literatura escrita se exprime com menos precisão, riqueza de nuances, clareza, correção e profundidade do que a que cultivou textos literários."

"A pessoa que nunca lê, lê pouco, ou lê apenas lixo pode falar muito, mas vai sempre dizer pouco porque dispõem de um repertório mínimo de palavras para se expressar. Não se trata de uma limitação somente verbal, mas também intelectual, uma indigência de idéias e conhecimento, [...]."

"Sem a literatura, a mente crítica – verdadeiro motor das mudanças históricas e melhor escudo da liberdade – sofreria uma perda irreparável."

"A literatura apazigua a insatisfação existencial apenas por um momento, mas nesse instante milagroso, nessa suspensão temporária da vida, somos diferentes: mais ricos, mais felizes, mais complexos e mais lúcidos."

"A literatura nos permite viver num mundo onde as regras inflexíveis da vida real podem ser quebradas, onde nos libertamos do cárcere do tempo e do espaço, onde podemos cometer excessos sem castigo e desfrutar de uma soberania sem limites."

"Como não nos sentirmos enganados depois de ler Guerra e Paz ou Em busca do tempo perdido e voltar a este mundo de detalhes insignificantes, obstáculos, limitações, barreiras e proibições que nos espreitam de todo o canto e em cada esquina corrompem nossas ilusões?"

"A vida imaginada dos romances é melhor: mais bonita e diversa, mais compreensível e perfeita. Talvez seja esta a maior contribuição da literatura ao progresso: lembrar que o mundo é malfeito e que poderia ser melhor, mais parecido com o que a imaginação é capaz de criar."

"Sem a insatisfação e a rebeldia, ainda viveríamos em estado primitivo, a história teria parado, o indivíduo não teria nascido, a ciência não teria alçado voo, os direitos humanos não teriam sido reconhecidos e a liberdade não existiria. Tudo isso nasce dos atos de desafio a uma vida que se mostra insuficiente ou intolerável."

"A literatura, por sua vez, foi e, enquanto existir continuará sendo um denominador comum da experiência humana. Aquele de nós que leram Cervantes, Shakespeare, Dante ou Tolstoi entendem uns aos outros e se sentem indivíduos da mesma espécie porque, nas obras desses escritores, aprenderam o que partilhamos como seres humanos, independentemente de posição social, geografia, situação financeira e período histórico."

"O elo fraternal que a literatura estabelece entre os seres humanos transcendem todas as barreiras temporais. A sensação de ser parte da experiência coletiva através do tempo e do espaço é a maior conquista da cultura, e nada contribui mais para renová-la a cada geração do que a literatura."

"A literatura é a própria fonte que estimula a imaginação e a insatisfação, que refina a nossa sensibilidade e nos ensina a falar com eloqüência e precisão, que nos torna livres e nos garante uma vida mais rica e intensa, então devemos agir. Precisamos ler bons livros e incitar à leitura aos que vem depois de nós."

Mario Vargas Llosa (nascido Jorge Mario Vargas Llosa) ( Arequipa, Peru, 28 de março de 1936), é um dos maiores escritores de língua espanhola, reconhecido, em nível mundial, como romancista, jornalista, ensaista e político. ®Sérgio.

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