sexta-feira, 22 de maio de 2009

A CRUEL VINGANÇA DE D. PEDRO - Notas Biográficas

Esta história, já passou pela pena de vários escritores e poetas; entretanto, não custa nada recontá-la, pois acredito que muitos, ainda, não a conhecem.
D. Pedro foi o oitavo rei de Portugal, governou o país por 10 anos (1357-1367). Antes de ser coroado quando seu pai (Afonso IV) ainda governava Portugal, D. Pedro e Inês de Castro viveram, talvez, do mais famoso e trágico caso de amor da história portuguesa.
D. Pedro era casado com D. Constança que tinha como dama de companhia Inês de Castro, pertencente à poderosa família de Castela. Foi D. Pedro bater os olhos em Inês para apaixonar-se e vice-versa. O romance, embora adúltero, tomou rédeas e chegaram a ter filhos. Tal situação vinha deixando os nobres portugueses preocupados, pois temiam que essa ligação de D. Pedro com Inês de Castro, pudesse afastar o sucessor legal do trono, D. Fernando, filho de D. Pedro com D. Constança. O Rei Afonso IV resolveu, então, expulsar Inês de Portugal. D. Constança, porém, vem a falecer e D. Pedro traz Inês de volta e passam a viver juntos. Novamente os nobres portugueses ficaram aflitos com a sucessão. Certa vez, aproveitando a ausência do príncipe, instigaram D. Afonso IV a concordar com o assassinato de Inês, que foi degolada em Coimbra, no dia sete de janeiro de 1355. Segundo a lenda, D Pedro, inconformado com a morte de sua amada, manda vestir a noiva com roupas núpciais, senta o cadáver de Inês no trono e faz os nobres lhe beijaram a mão. Daí falar-se que Inês de Castro foi "rainha depois de morta". Na verdade, D. Pedro manda transladar os restos mortais de Inês. Com pompas de rainha, seis anos após o assassinato, em 1361, quando já era rei. Quando D. Pedro em 1357 assumiu o trono, conseguiu que dois dos três assassinos – Alvoro Gonçalves, Pero Coelho e Diogo Lopes - fossem capturados. Os dois primeiros foram cruelmente mortos. Depois da tortura, o carrasco, a mando de D. Pedro, arrancou, pelo peito, o coração de Pero Coelho, e o de Alvoro Gonçalves pelas espátulas, enquanto D Pedro comendo um coelho assado, olhava o que mandará fazer. O terceiro conseguiu fugir e, assim, livrar-se da morte, fato que deixou o Rei contrariado. Assim, vingou D. Pedro a cruel morte de sua amada Inês de Castro.
Esse fato histórico transformou-se em verdadeiro mito. Daqueles tempos (século XV) até os dias de hoje, vários poetas homenagearam Inês; Camões dedicou-lhe um episódio, em Os Lusíadas. Confira no Canto III, entre as estrofes 118 e 135. ®Sérgio.
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Esta narrativa é baseada na Crônica de D Pedro apud Campos, Agostinho de. Antologia Portuguesa. Lisboa, Bertrand, p. 57 – 59.