quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AS BORBOLETAS

Seleta de Poemas representa as poesias que li e tocaram-me a alma. Assim, posso compartilhar com vocês as minhas preferências poéticas e homenagear os autores que admiro.

As Borboletas
Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
Borboletas brancas
São alegres e francas.
Borboletas Azuis
Gostam muito de luz.
As amarelinhas
São tão bonitinhas!
E as pretas, então
Oh! Que escuridão!
                   Vinício de Moraes. Para gostar de ler – poesias, v. 6 p. 28.

SEM PALAVRAS


OS TRÊS COMPADRES - Recontando Contos Populares

Conta-se que viviam lá para as bandas do sertão da Paraíba, três cangaceiros muito amigos.
Depois de caminharem muitas léguas, varados de fome os três descansavam na caatinga, quando avistaram, na estrada, um velho que carregava uma ovelhinha nos ombros. Como fazia dias que os três não comiam quase nada, a ovelha, apesar de filhotinha, daria uma bela refeição. Mas os cangaceiros tinham orgulho e atacar um velho que merecia estima como aquele era até uma vergonha para cangaceiros destemidos como eles. Vai daí, que um dos cangaceiros teve uma boa ideia, contou aos outros e eles resolveram pô-la em prática.
O cangaceiro, dono da idéia, foi até a estrada, chegou-se pra perto ao homem que lá vinha e perguntou:
— Bom-dia! Onde é que vosmecê comprou esse cachorro tão bonito?
— Ó compadre, pois não sabe... isso não é um cachorro; é uma ovelha, que eu comprei na feira – explicou o velho.
O cangaceiro teimou que era um cachorro, mas não disse mais nada e se despediu. Mais adiante, o segundo cangaceiro pareceu na estrada e foi logo elogiando o cachorrinho que o homem carregava nos ombros. Não adiantou o homem explicar que se tratava de uma ovelha, pois o cangaceiro continuou a insistir em chamá-la de cachorro.
Depois foi a vez do terceiro ladrão aparecer na estrada e fazer o mesmo jogo.
— Que cachorrinho bonito! Vosmecê não quer vender?
E os dois discutiram – é ovelha, é cachorro – até que o cangaceiro foi-se embora. A essa altura, o homem, muito aperreado, olhou devagarzinho a ovelha e acabou se convencendo de que ela era mesmo um cachorro. Largou-a ali mesmo na estrada e seguiu seu caminho, furioso consigo mesmo pela compra idiota que havia feito.
Os três cangaceiros, então, recolheram a ovelha e almoçaram muito bem naquele dia. ®Sérgio.

ISÍS: A PROTETORA DOS MORTOS

ÍSIS (ou Auset) – Protetora dos mortos, da natureza e da magia. Deusa da maternidade, amiga dos oprimidos (escravos, pescadores e artesãos), modelo de mãe e esposa ideal. Era a primeira filha de Geb (deus da Terra) e de Nut (deusa do Firmamento). Casou-se com seu irmão gêmeo Osíris. Os egípcios acreditavam que o rio Nilo foi criado – e inundava todos os anos - com as lágrimas de Ísis depois que o marido foi despedaçado por Seth (irmão de Osíris, deus do deserto e das tempestades); foi ela que juntou os pedaços de Osíris espalhados pelo Egito e o ressuscitou. Quando Isis deu à luz Hórus, ela o fez em uma caverna, cercada por muitos animais, protegendo-o da perseguição de Seth. As três divindades do Sol foram informados do nascimento pela estrela conhecida como Sirius ou a estrela da manhã oriental. O tempo de seu nascimento foi em torno do solstício de inverno, ou entre os dias 21 e 26 de dezembro. Qualquer semelhança é pura coincidência. ®Sérgio.
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Para saber mais sobre Ísis e Osíris leia: Osíris: O Juiz dos Mortos. (clique no link)

domingo, 5 de agosto de 2012

MADALENA AOS PÉS DA CRUZ

Castro Alves (1847 – 1871) desenhava muito bem, prova disso é esta rara tela (óleo sobre cartão) representada por uma jovem (Madalena), ajoelhada aos pés da cruz e olhos fitos no céu. ®Sérgio.
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Imagem: Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro.

NEVERMORE


Paul Gauguin (1848 – 1903), um dos mais importantes pintores impressionistas, deixou-nos esta tela, cujo título é Nevermore (1897) que significa "nunca mais", referência a um verso do famoso poema "O Corvo" (The Raven, 1845), de Edgard Allan Poe; nele, a imaginação de Poe é assombrada por um corvo ameaçador, que profere apenas um som, Nevermore. Gauguin was aware of this, although he later sought to play down the connection. Observe que o corvo figura em uma janela, à esquerda da tela. A cor esverdeada do corpo da jovem é fruto de uma percepção interna, subjetiva e muito pessoal do artista, que ganhou mais destaque em contraposição ao amarelo intenso do travesseiro sobre o qual ela repousa a cabeça.
Gauguin escreveu certa vez que, "na pintura como na música deve-se olhar para a sugestão ao invés de descrição". ®Sérgio.
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Imagem: Courtalul Gallery - London