sexta-feira, 10 de junho de 2011

O APÓCRIFO

Apócrifo, do Grego, apókryphos = oculto. Primitivamente, esse termo designava os textos que eram mantidos secretos, escondidos, como o Livro das Sabinas, na Roma Antiga.
Com o advento do cristianismo o termo passou a caracterizar os textos bíblicos isento de "inspirações divinas" e, por isso, não incluído nas escrituras, como o Livro de Enoch, Vida de Adão e Eva, de Salomão, pertencentes ao Antigo Testamento; Atos de Mateus, Apocalipse e Evangelho de Pedro, do Novo Testamento.
Modernamente, toma-se apócrifo como sinônimo de textos falsos, não autênticos, ou seja, falsamente atribuído a determinado autor, ou ainda de autor incerto. ®Sérgio.

A APOSIOPESE - Figuras de Linguagem

A Aposiopese - do Grego, aposiópesis = silêncio súbito - consiste na suspensão de um pensamento já iniciado, por meio de um corte repentino ao perceber que vai adiantar raciocínios, surpresas, ou quando pretende dar ênfase as suas palavras, ou ainda quando se dá conta que vai dizer mais do que deseja. De modo geral, a aposiopese, se evidencia, graficamente, pelas reticências.
"Seria inútil querer dissuadi-la, e ainda que não fosse inútil, seria desarrazoado, porque uma viúva moça... Ela amava muito o marido, não?" (M. Assis, Ressurreição)
"Deus tenha misericórdia de mim! E esse homem... Jesus! Esse homem era... esse homem tinha sido..." (Garrett, Frei Luís de Souza) ®Sérgio.

A LENDA DA JOVEM ARACNE

Numa antiga região da Ásia Menor chamada de Lídia, vivia uma jovem de nome Aracne, que tinha uma extraordinária habilidade e grande reputação na arte de tecer e bordar.
As tapeçarias que desenhava eram tão belas e perfeitas que pessoas vinham de terras distantes só para contemplá-las. Devido a tanta admiração, Aracne começou a comparar-se à Atena - deusa das fiandeiras – e que seria capaz de derrotá-la na arte da tecelagem. Quando a notícia chegou ao Olimpo, Atena ficou furiosa com a petulância da mortal. Sentiu-se desafiada e resolveu aceitar a competição com Aracne, para ver quem merecia de fato ser considerada a melhor na arte de bordar. Antes, porém, a deusa disfarçou-se de uma humilde velhinha e foi ter com Aracne. Pediu-lhe que a escutasse, devido à experiência de sua idade avançada: "Busque entre os mortais toda fama que desejar, mas reconheça a posição da deusa". Aracne, entretanto, não aceitou os conselhos da deusa, e, mais uma vez, a desafiou, dizendo: "Por que motivo sua deusa está evitando competir comigo"? Nesse momento, Atena tirou o disfarce e todos, ao redor, ficaram surpresos, exceto Aracne, que permaneceu impassível. As duas, então, dão início à competição.
 Ambas trabalharam com rapidez e habilidade. Atena representou sobre a tapeçaria os doze deuses do Olimpo em toda a sua majestade e para aviso da sua rival acrescentou nos quatro cantos a representação de quatro episódios mostrando a derrota dos mortais que tinham ousado desafiar os deuses. Aracne ousou ilustrar sobre o seu trabalho as conquistas amorosas de Zeus. Sob a forma de touro, arrebatando Europa; sob a forma de águia, abordando Astéria; sob a forma de cisne, conquistando Leda; sob a forma de sátiro, fazendo amor com Antíope; Zeus fazendo-se passar por Anfitríon para seduzir Alcmene, mãe de Heraclés (Hércules); Zeus, o pastor que fez amor com Mnemosine, mulher-titã; e, ainda, Zeus conquistando Egina, Deméter e Danae, disfarçado de chama, serpente e chuva de ouro, respectivamente. Isso deixou Atena tão enraivecida que rasgou em pedaços o trabalho e golpeou, com o bastão de tecer, a cabeça Aracne. Ultrajada e desesperada, Aracne enforca-se.
Atena, ao ver o que sua cólera havia provocado, compadeceu-se de Aracne e transformou a corda que ela usara para enforcar-se numa teia. Em seguida, derramou sobre Aracne fluidos retirados das ervas da deusa Hecate e transformou-a em uma aranha. Dessa forma, Aracne foi salva da morte e, embora condenada a ficar dependurada em sua teia, a fiar e a tecer para sempre. ®Sérgio.