segunda-feira, 26 de agosto de 2013

UM CASO DE HIGIENE

Você acreditaria que o papel higiênico quando foi inventado encontrou resistência para ser aceito? É um detalhe sórdido, porém verdadeiro. Pois a higiene pessoal, tal como a concebemos hoje, só começou a se estabelecer no século XIX, antes disso, as pessoas não só toleravam a sujeira como também, muitas vezes, nutriam certo deleite pessoal com ela.
Pesquisadores famosos contam que praticamente todas as civilizações da Antiguidade deram grande valor à higiene pessoal e ao bem-estar físico. No entanto, alguns fizeram uma constatação chocante e polêmica: o cristianismo representou um retrocesso na história da higiene. Será?
Eles argumentam que na Antiguidade os egípcios já fabricavam sabão; na Grécia o banho era uma instituição cotidiana. Os romanos criaram aquedutos para abastecer suas principais cidades e frequentavam diariamente banhos públicos, onde o corpo era lavado e esfregado vigorosamente (não se usava sabão) para tirar a sujeira. Mas, que tudo isso desapareceu com a queda do império e a ascensão dos cristãos. É claro que o banho não desapareceu, assim, da noite para o dia. Porém, aos poucos, esses locais de banhos, foram associados a costumes pagãos e, consequentemente, ao pecado. Neste caso, vários registros históricos comprovam o fato. Por exemplo, no século VI era regra da vida monástica a determinação de São Bento de que só os monges doentes ou muitos velhos fossem autorizados a se banhar. Na maioria dos monastérios da Europa medieval o banho era praticado três vezes, no máximo, ao ano. E como a Igreja tinha grande influência entre a população que vivia fora do claustro, supõe-se que o costume não fosse muito superior a esses três dias.
Por muitos séculos a higiene pessoal do cristão europeu não passou de lavar as mãos antes das refeições e esfregar seus dentes com paninhos, até que a           prática de lavar o corpo todo, retorna-se ao seu cotidiano.
Anotei alguns fatos que comprovam esse enunciado. Veja:
No palácio de Versalhes, um decreto de 1715, estipulava que as fezes seriam retiradas dos corredores uma vez por semana. Ora bem, se decretaram uma vez por semana; eu suponho que o recolhimento antes do decreto demorava muito mais.
Atribuíam-se perigos ao banho: lavar o corpo todo abriria os poros facilitando a infiltração de doenças. Além disso, acreditava-se que a roupa absorvia a sujeira do corpo. Portanto, era só trocar de roupa todos os dias para manter-se limpinho. No entanto, Dom João VI, não acreditava muito nesse conceito. Ele detestava banho e costumava a vestir a mesma roupa até que apodrecesse.
Relatos de palacianos contam que a rainha espanhola Isabel (1451 – 1504) só tomou, em toda a sua vida, dois banhos de corpo inteiro.
Hoje a higiene pessoal parece ter chegado a extremos, especialmente entre os americanos. Alguns cientistas já alertaram que essa superproteção higiênica está debilitando a resistência imunológica das crianças e aumentando a incidência de doenças.
Pois bem, mas... e o papel higiênico? Ainda, segundo os historiadores, o papel higiênico só surgiu nos Estados Unidos, em 1857; e o produto demorou a vencer a resistência do mercado pela palha de milho, pela esponja, entre outros. Certo mesmo é que antes do papel higiênico, cada um se virava como podia. ®Sérgio.

IMPRESSO OU IMPRIMIDO?

Os dois termos são de uso corrente em nossa língua. Porém, não devemos usá-los de maneira aleatória.
O verbo [imprimir] apresenta mais de uma forma para a flexão do particípio (verbos abundantes). Com o significado de [publicar], de [impressão gráfica], ele possui duas formas de particípio: a regular e a irregular. Portanto:
1. Impresso (pertence à forma irregular) - use com os verbos [ser e estar]: foi impresso o edital de convocação.
   Os convites já estão impressos.
   Os cartazes ainda não foram impressos.
2. Imprimido (pertence à forma regular) – use com os verbos [ter e haver]: Esta gráfica tem imprimido muitos jornais.
   A gráfica não havia imprimido as notas.
   Os alunos tinham imprimido o jornal sem nenhuma ajuda.
Observação: As formas regulares estão caindo em desuso, em virtude da preferência pela forma mais curta: impresso em vez de imprimido. Muitos estudiosos já aceitam as formas irregulares até com os verbos [ter e haver].
3. O Verbo Imprimir, no sentido de [produzir movimento], não é abundante, isto é, só tem o particípio em [–ido]. Portanto, pode ser usado com qualquer auxiliar:
   O motorista havia imprimido grande velocidade ao veículo.
   Foi imprimida grande velocidade ao veículo.
   A gráfica tem imprimido pouca velocidade à impressão.
   Tenho imprimido alta velocidade a meu carro. ®Sérgio.

CONSIGO ou COM VOCÊ?

Consigo é um pronome reflexivo – significa com si mesmo - ou seja, é aplicado quando o sujeito e o objeto da oração são a mesma pessoa. Quando tratamos as pessoas em 3ª pessoa (você, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, senhor, doutor, etc.) não devemos usar consigo, e sim, com você.
Portanto, é errado o uso de "consigo" como equivalente de "com você" em frases como:
   Querem falar consigo. Nesta frase, se afirma que eles querem falar com eles próprios.
   O pessoal está magoado consigo. Aqui, o pessoal está magoado com eles próprios.
As formas corretas são:
   Querem falar com você. (com o senhor, com Vossa Senhoria, etc.)
   O pessoal está magoado com você.  Ele vai sair com você.
   Ele irá entender-se com o senhor.
Consigo só deve ser utilizado com o sentido reflexivo:
   Ele fala consigo mesmo. Ele trouxe as mercadorias consigo.
   Os homens carregam consigo as suas penas.
   Vive lá consigo, sem ninguém que dele cuide.
É comum o uso das palavras próprio (a), mesmo (a) juntamente com consigo para reforçar a ideia reflexiva.
Contigo só deve ser usado quando tratamos as pessoas em 2ª pessoa (tu, teu, tua, te, ti, etc), ou seja, o pronome do caso oblíquo "contigo" refere-se ao pronome [tu]:
   Ele te disse isso, porque deseja viajar contigo. (com + ti, tu)
   Espera que ele já vem falar contigo. (com + ti, tu) ®Sérgio.

SEM PALAVRAS


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

ESMERALDA - Seleta de Poemas

Seleta de Poemas representa as poesias que li e me emocionaram. Por isso, não quero que esses versos fiquem esquecidos. Estou certo de que pelo menos um leitor[a], amigo[a] da poesia, me há de agradecer a lembrança.
Esmeralda
Esmeralda, onde estão teus noivos?
Teus irmãos, teus primos, onde estão?
Onde está teu velho Amor, teu namorado,
Aquele de antigamente, que vagava nas ruas?
Onde estão teus sonhos, Esmeralda?
Augusto Frederico Schmidt (1906 – 1965)

TERESA - Seleta de Poemas

Seleta de Poemas representa as poesias que li e me emocionaram ou me agradaram no conteúdo. Assim, posso compartilhar com vocês as minhas preferências poéticas e homenagear os autores que admiro.
TERESA
Teresa, se algum sujeito bancar o sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredita não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA.
        • Manuel Bandeira (1886–1968) poeta, crítico literário e de arte, e professor de literatura. ®Sérgio.