domingo, 25 de março de 2012
A CONSPIRAÇÃO DE DOSTOIEVSKI
Em
23 de abril
1849, o escritor russo Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (1821-1881) foi
preso por participar de um grupo
intelectual liberal chamado Círculo Petrashevski, acusado de conspirar
contra o Nicolau I da Rússia. Passou 8 meses recluso na Fortaleza
de Pedro e Paulo até que, em 22 de dezembro, a sentença de morte por
fuzilamento foi anunciada. Em 23 de dezembro, os membros foram levados ao lugar
da execução, e três membros do grupo, com a venda nos olhos, foram amarrados aos postes em frente ao pelotão.
Dostoiévski era um deles. Antes que fosse dada a ordem para o fuzilamento,
chegou a do Czar para que a pena fosse comutada para prisão com trabalhos
forçados e exílio. Depois os membros souberam que a ordem havia sido assinada
há dias, mas que o Czar exigira a falsa execução como uma punição a mais.
Dostoiévski recebeu os grilhões e partiu para o exílio na noite de Natal.
Todos esses fatos foram
contados pelo escritor em uma carta a seu irmão Mikhail Dostoiévski.
São
posteriores a esse episódio suas maiores obras, que o transformaram em um dos maiores romancistas da literatura russa e
mundial: "Memórias do Subsolo",
"Crime
e Castigo", "O Idiota" e "Os Irmãos Karamázov".
Essas obras guardam grandes influências do ocorrido. ®Sérgio.
sexta-feira, 23 de março de 2012
JÚLIO VERNE E A APOLLO 11
Júlio Verne foi um dos pioneiros do
futurismo e previu a existência de viagens espaciais, submarinos, helicópteros
e satélites. Por isso, é considerado pelos críticos literários o precursor do gênero de ficção científica. A descrição de uma viagem à Lua também foi quase profética. O
livro Da Terra à Lua (no original
em francês De la Terre à la Lune, 1865) é praticamente um rascunho do que
ocorreu de fato cem anos depois (1969) com o projeto americano Apollo11:
• A
duração da jornada no livro de Júlio Verne é de 97 horas na ficção e da
Apollo11 - o primeiro veículo tripulado a circunavegar a Lua – 103.
• O
número de tripulantes é o mesmo: três.
• O local de partida da nave: Tampa, nos
EUA, apenas a 30 km de distância de onde realmente sairia a Apollo (Flórida)
e do pouso o Mar da Tranquilidade, na Lua.
• Ele
estimava que a missão custaria o equivalente a $12.1 bilhões de dólares em
valores atuais, valor que estava incrivelmente próximo dos 14.4 bilhões que
custou a Apollo 11.
• A
cápsula de Verne, em forma de bala, media 4,8m de altura e 2,7m de diâmetro. A
Apollo media 3,7m de altura e 3,9m de diâmetro.
• Até
mesmo o regresso a Terra, com o pouso no Pacífico e o resgate por um navio, é o
mesmo; tudo parece ter sido previsto um século antes. ®Sérgio.
A ANOS / HÁ ANOS
Usamos "a" para indicar
distância ou tempo futuro:
• As eleições ocorrerão daqui a dois meses.
• Daqui a dois anos
ele se manifestará.
• O avião estava a
cinco minutos de São Paulo.
• O atirador
estava a dois metros de distância.
Usamos "há" para indicar tempo passado, tempo decorrido; é o
mesmo que faz:
• Eles saíram há
muito tempo.
• Há dois meses
Carlos não aparece.
• Ele chegou da fazenda há
(faz) um ano.
• Os homens
chegaram há (faz) pouco.
Evite, porém, a construção "há muito tempo atrás": ela é
pleonástica, redundante. O verbo haver, referindo-se a tempo, dispensa o
advérbio [atrás] Escreva simplesmente: há muito tempo. ®Sérgio.
domingo, 18 de março de 2012
SIGLAS: TODAS MAIÚSCULAS OU MINÚSCULAS?
Como escrever as siglas? Com todas as
letras maiúsculas? Ou minúsculas? Com ponto ou sem ponto entre as letras?
Ditaram as regras.
• Se a
sigla tiver até três letras, use todas as letras em maiúsculas: ONU, OEA, CEF,
MEC, USP, CEB, PM
• Se
todas as letras forem pronunciadas, use todas em maiúsculas: BNDES, GDF, PMDB,
INSS, CNBB, PSDB.
•
Se a sigla tiver mais de três letras, só a
inicial é maiúscula: Aids, Embrapa, Detran, Caesb, Unesco, Opep, Otan, Serpro.
Em todos os casos acima citados, não
usamos ponto entre as letras. ®Sérgio.
sábado, 17 de março de 2012
DÂMON E PÍTIAS
Dâmon
e Pítias eram dois amigos inseparáveis. Nasceram em Siracusa (Sicília) no
quarto século antes de Cristo. Tendo sido Pítias condenado à morte pelo tirano
Dionísio por ter-se negado a servi-lo. Contudo, antes de cumprir a pena, o
jovem pediu permissão ao tirano para ir a sua cidade, do outro lado do país, a
fim de se despedir da família e resolver alguns assuntos, deixando como fiador
de sua palavra o seu melhor amigo Dâmon que concordou em substituí-lo, mas foi
cientificado de que, se chegasse após o dia e a hora fixada, Dâmon iria ser
morto em seu lugar.
Expirado o prazo, sem que Pítias regressasse, Dâmon foi levado para o
lugar das execuções, mas seu amigo exatamente a tempo de salvá-lo. Dionísio
ficou tão impressionado com a solidez dessa amizade e com o sentimento de honra
dos amigos, que resolveu perdoar Pítias. ®Sérgio.
A CONDENAÇÃO DE DÂNAE
Castigo
imposto à Princesa de Argos, Dânae, por seu próprio pai, o Rei Acrísio. Este,
temendo que se cumprisse uma profecia, segundo o qual ele seria assassinado
pelo filho que viesse nascer de Dânae, encarcerou a filha em uma
câmara de bronze subterrânea e posta sob guarda, para que de modo algum ela pudesse casar-se e torná-lo avô.
Entretanto, Zeus, o deus todo poderoso, iludiu a vigilância de rei,
transformando-se numa chuva de ouro, e sob este disfarce, conseguiu unir-se à
Princesa prisioneira. Dânae tornou mãe de Perseu.
A
profecia se cumpriu durante os jogos olímpicos em Larissa, quando Perseu atirou
um disco com tanta força que este foi além do alvo e acidentalmente matou seu
avô. ®Sérgio.
sábado, 10 de março de 2012
O MITO DE ALECTRION
Segundo o mito grego, Hefesto (Vulcano, na mitologia romana), deus
do fogo, da metarlugia e dos Vulcões, devido aos seus afazeres, sempre muito
ocupado com suas forjas e as suas indústrias metalúrgicas, deixava Afrodite
(Venus) muito só.
Ares (Marte) aproveitando o descaso do deus do fogo,
passou a cortejar Afrodite que acabou em encontros noturnos. Alectrion, jovem sentinela às ordens de Ares, é encarregado por este de vigiar e guardar os seus encontros
noturnos com a deusa Afrodite. Avisando-os para que se desfizesse o encontro amoroso antes do
nascimento do sol, isto é, antes que o deus Hélios surgisse, pois poderia expor
os amantes a uma situação perigosa. Certa manhã, porém, Alectrion, mergulhado
no sono deixou de avisar os amantes e o Sol que
acabara de acordar, avistou os dois amantes, e, imediatamente, denunciou-os a
Hefesto, o marido enganado. Como acontece sempre que se descobre um adultério,
seguiu-se uma série de confusões, e, ao final, Ares transformou o
"descuidado" amigo em galo, com a obrigacão de cantar sempre, a cada manhã, antes do nascimento do Sol.
Por isso é, que o
galo, lembrando o castigo, canta, enlouquecido, durante a noite, anunciando a
aproximação do Sol. ®Sérgio.
sexta-feira, 9 de março de 2012
UM DEPUTADO NO INFERNO - Recontando Contos Populares
Contam que um conhecido político, muito
chegado a uma falcatrua - que já tinha passado pela vereança e agora era sua
excelência deputado e presidente duma tal comissão de ética -, certo dia, num
bate-boca com seus pares, subitamente, sentiu-se mal e bateu as botas. Morto, não teve conversa, foi direto para o
inferno. Lá chegando, foi logo pedindo uma audiência com o Diabo e explicando:
— Companheiro Diabo, lá embaixo eu era
amigo duns caciques e de outros que já vieram a minha frente e estão, agora,
articulando politicamente em causa de vossa excelência. Portanto, eu lhe
pergunto: qual vai ser meu gabinete aqui, no inferno?
O satanás, muito calmo,
lhe explicou que o inferno estava dividido em diversos departamentos, cada um
administrado por um país, porém o nobre colega não precisava ficar no
departamento administrado pelo país de origem dele. Podia ficar no departamento
do país que escolhesse. O deputado falecido agradeceu muito e tratou de dar uma
voltinha para escolher o departamento e quem sabe reencontrar velhos amigos.
Não andou uma quadra e
deu com o departamento dos Estados Unidos; pensou que um gabinete ali seria um
grande negócio, pois este deveria ser o departamento mais organizado do inferno
e lhe daria grandes privilégios. Entrou no departamento e perguntou como era o
regime ali.
— Pela manhã, depois de
passar três horas num forno a trezentos graus, trezentas chibatadas. Na parte
da tarde: ficar numa geladeira a 200 graus abaixo de zero durante três horas, e
voltar ao forno de trezentos.
O deputado ficou
abestalhado. Isso não era tratamento que se dava a um deputado falecido. Puro
preconceito e perseguição política dos gringos. E nossa excelência tratou de
cair fora dali. Passou pelo departamento português, italiano, russo e japonês;
tudo igual, em todo o lugar era o mesmo: chibatadas e forno pela manhã,
geladeira e forno pela tarde. O deputado falecido chegou à conclusão que não
tinha privilégio no inferno e lamentou ter morrido antes de chegar a ser
senador.
Caminhava desconsolado,
quando viu um departamento, no qual uma placa acima do batente, ostentava o
nome: Brasil. Aproximou-se e notou uma imensa fila à porta do departamento,
coisa que ele não tinha visto em nenhum outro. Logo pensou: "aqui tem
coisa". Entrou na fila e começou a chatear o camarada da frente,
perguntando por que ali havia fila e ninguém reclamava de nada. O pecador da
frente fingia não ouvir, mas ele tanto insistiu, que o da frente, com medo de
despertar a atenção dos serviçais do diabo, disse baixinho:
— Fica na tua e não
espalha não. O forno daqui tá quebrado, não funciona; a geladeira, quando
funciona não passa dos trinta graus.
— E as trezentas
chibatadas? Perguntou a excelência.
— Capaz... O
funcionário encarregado desse serviço vem aqui de manhã, assina o ponto e sai
fora.
Salve-se quem puder! ®Sérgio.
____________________
Nota: Este causo já percorreu o Brasil. Mas, acho que não faz mal contá-lo
aqui, a meu modo; pois estou certo de que pelo menos um leitor há de me
agradecer a lembrança.
segunda-feira, 5 de março de 2012
O COMPLEXO DE ELECTRA
Denominação criada pelos psicanalistas, para caracterizar a inclinação
sexual, geralmente inconsciente das filhas pelos pais.
O nome foi dado por Sigmund Freud que estudou e descreveu aquele trauma
pela primeira vez, dando-lhe o nome em alusão à tragédia grega Elektra, uma
peça de teatro produzida pelo dramaturgo Sófocles.
Segundo a lenda grega, Electra era filha de Agamenon (líder dos exércitos gregos em Tróia.) e
Clitemnestra e irmã de Orestes. Sua devoção ao pai era tanto que incitou o
irmão a matar a própria mãe, para vingar o adultério que sua mãe cometera com
Egisto e ao mesmo tempo vingar
o assassino de seu pai. Agamenon recebido por Egisto para um
banquete, durante o qual é assassinado por Clitemnestra, que em seguida casa-se
com Egisto. O complexo de Electra é caracterizado não só pela inclinação pelo pai como pela aversão a mãe. ®Sérgio.
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