terça-feira, 15 de maio de 2012

A SINÉDOQUE

Não é costume, hoje, estabelecer grande diferença ente a metonímia e a sinédoque, pois esta é um caso especial de metonímia, onde, ora se exprime o mais restrito (a parte) pelo mais extenso (o todo), ora o todo pela parte: chaminé pela fábrica, o telhado pela casa, o singular pelo plural, a substância pelo produto, a nação pelo governo, o gênero pela espécie, etc. Observe:
  As chaminés forjam a grandeza de São Paulo. (a parte: chaminé, pelo todo: fábrica).
  O homem é mortal (a espécie pelo gênero).
  A vela singrou os mares (a parte: vela, pelo todo: navio).
  O índio é valente (o singular: índio, pelo plural: índios).
  Não dá para viver sem um teto. (a parte pelo todo)
  Lento o bronze (o sino) soa. (a matéria pelo objeto que dela é feito)
Fica explicito, portanto, que na sinédoque há uma relação de extensão. Isto é, um termo de extensão menor substitui outro de extensão maior, e vice-versa.
Convém ter-se presente que a metonímia e a sinédoque nem sempre são percebidas como uma figura de estilo, pois algumas de suas construções já pertencem à linguagem comum: o pão de cada dia, ter bocas para alimentar, dizem as más línguas, os sem-teto, etc. ®Sérgio.