sexta-feira, 29 de junho de 2012
AUTORES TRÁGICOS DA GRÉCIA ANTIGA
A Tragédia (do grego antigo τραγῳδία, composto de trago =>
bode e oidé => canto = canto ao bode) é uma manifestação ao deus Dioniso,
que se transformava em bode para fugir da perseguição da deusa Hera. Em alguns
rituais se sacrificavam esses animais em homenagem ao deus.
A tragédia tinha como características
principais, o terror e a piedade que despertava no público. Para os autores
clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários.
Era composta de cinco atos e, além dos
atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom senso, da harmonia, da
moderação, face à exaltação dos protagonistas.
Diferentemente do
drama, na tragédia o herói sofre sem culpa. Ele teve o destino traçado pelos
deuses e seu sofrimento é irrefutável. Por exemplo, Édipo nasce com o destino
de matar o pai, Laio, e se casar com a mãe. É um dos exemplos de histórias da
mitologia grega que serviram de base para o teatro.
Os estudiosos do
assunto (a partir de alguns registros) acreditam que foram cerca de 150 os
autores trágicos. Os que conhecemos, Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, escreveram
cerca de 300 peças, das quais apenas 10% chegaram até nós.
Ésquilo
(525 a. C. a 456 a. C.) – Tido como fundador do gênero, das peças que
escreveu sete sobreviveram à destruição do tempo. São elas: Os Persas, Sete contra Tebas, As
Suplicantes, Prometeu Acorrentado, Agamêmnon, Coéforas e Eumênides.
Sófocles (496 a. C. a 406 a. C.) – Além de importante tragediógrafo, também trabalhava como ator. Entre suas
peças estão à trilogia Édipo Rei, Édipo em Colona e Antígona. Se tiver
interessado em ler um resumo da trilogia, clique nestes links:
Édipo
Rei e Édipo em Colona e Antígona.
Eurípides (485 a. C. a 406 a. C.) - Pouco se sabe sobre sua vida. Ainda assim, é
dele o maior número de peças que chegaram até nós. São 18 no total, entre elas:
Medéia, As Bacantes, Heracles, Electra,
Ifigênia em Áulis e Orestes. ®Sérgio.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
PERÍODO HELÊNICO E HELENÍSTICO
Helênico era um adjetivo que os gregos da
antiguidade usavam quando se referiam a eles mesmos. Desse modo que os gregos
da antiguidade se autodenominavam Helênicos, assim como a Grécia era chamada Hélade (o conjunto das províncias centrais
da Grécia antiga, e, mais tarde, a Grécia inteira).
Helenístico é, atualmente, utilizado para
descrever o período que vai da morte de Alexandre (323 a. C.) à conquista final
do mundo Helênico por Roma (36 a. C.). ®Sérgio.
DANTE E VIRGÍLIO NO INFERNO
Este quadro
representando Dante e Virgílio no Inferno (1850), pintado por William-Adolphe
Bouguereau, pintor francês, (1825–1905), foi inspirado em uma cena de A Divina
Comédia de Dante Alighieri, situado no oitavo círculo do Inferno (o círculo de
falsificadores e falsários), onde Dante, acompanhado por Virgílio, assiste a
uma luta entre duas almas condenadas: Capocchio, um herege e alquimista, é
atacado e mordido no pescoço por Gianni Schicchi que tinha usurpado a
identidade de um homem morto, a fim de reivindicar sua herança de forma
fraudulenta. Gianni Schicchi se joga em Capocchio, seu rival, com fúria através
de músculos, nervos, tendões e dentes. Ao fundo, vê-se um demônio sorrindo para
Dante e Virgílio, contemplando-os, parece deliciar-se com todo o cenário de
eterna angústia, sofrimento e terror. Em redor deles, os que sofrem as
respectivas consequências de suas existências materiais voltadas todas para a
violência.
Há amargura e força
nesta tela. ®Sérgio.
O BODE E A ONÇA - Recontando Contos Populares
Caminhando pelo mato, o
bode descobriu um bom lugar para fazer uma casa. Como o terreno estava coberto
pelo capim duro do cerrado, capinou-o, deixando-o limpinho para dar início à
construção. Cansado, preferiu ir embora e começar no dia seguinte.
A onça também procurava
um terreno para erguer sua casa. Deparando com o lugar que o bode capinara,
achou que estava com muita sorte. Cortou e empilhou as madeiras para fazer a
estrutura de uma casa. Depois foi embora, pois precisava dormir.
No dia seguinte, ao ver
a madeira à sua disposição, o bode ergueu a estrutura da casa. “Que sorte que
estou dando!”, pensou ao fim do trabalho, quando já se retirava do terreno.
Mais tarde foi a vez de
a onça chegar ao terreno e ver a estrutura pronta. “Que sortuda eu sou!”,
disse, enquanto cobria a madeira com taipa (barro amassado). Terminado o
trabalho, foi buscar seus móveis e, ao voltar, deu de cara com o bode, sentado
numa poltroninha, embrulhando um cigarro, muito à vontade. Os dois não custaram
a perceber que haviam dividido o trabalho da construção. Quem havera de supor!
Decidiram, então, morar juntos.
A convivência ia bem,
entretanto, viviam desconfiados um do outro e não lhes faltava uma boa razão
para isso. Um dia, a onça voltou da caçada, arrastando um cabrito entre os
dentes. O bode, assustado, saiu de fininho para o mato, certo de que, mais dia
menos dia, aquele seria o seu destino.
Naquele mesmo dia,
porém, o bode encontrou uma onça morta por um caçador e levou-a para casa,
deixando seu corpo estendido na porta de entrada. Vendo a companheira morta, a
onça quis saber do bode como é que ele a tinha matado. O bode explicou que era
dono de um anel mágico. Bastava colocá-lo no dedo e apontar alguém para
matá-lo. A onça fingiu não acreditar, então o bode, colocando o anel no
indicador, perguntou:
— Quer que eu lhe
mostre?
Travou um medo e a onça
disparou mato adentro, apavorada, voando que nem um corisco e, sem olhar pra
aqui nem pra acolá. Nunca mais voltou. O bode, feliz da vida, ficou vivendo
sozinho na sua casa, sem motivo para preocupações. ®Sérgio.
MAUS-TRATOS E MAL-ENTENDIDOS
Não será exagero dizer que não são poucas
às vezes em que escrevedores erram ao grafar a palavra "maus-tratos".
Por conta disso, é comum escrever-se no seu lugar a forma
"maltratos". Ora, conscientemente falando, maltratos não existe. O
que existe é a forma verbal maltratar (verbo transitivo direto) = infligir
maus-tratos a; tratar com aspereza, grosseiramente, com violência, etc.:
• Maltratava
a mulher com recriminações diárias.
• Ele
sentia prazer em me maltratar...
• Eu
não maltrato os mais velhos.
O substantivo composto
"maus-tratos" escreve-se sempre no plural. Nesse composto o adjetivo
[mau] qualifica o substantivo [trato], daí a concordância entre eles. Os dois
(adjetivo + substantivo) formam o substantivo composto maus-tratos =
"delito de quem submete alguém, sob sua dependência ou guarda, a castigos
imoderados, trabalhos excessivos e/ou privação de alimentos e cuidados,
pondo-lhe, assim, em risco a vida ou a saúde". (Dicionário Eletrônico
Houaiss)
Na expressão "mal-entendido", é
o advérbio [mal] que modifica a forma verbal [entendido] = aquilo que foi
entendido de maneira incorreta ou inadequada. Os dois elementos, advérbio e
verbo, juntos constituem um substantivo composto. No plural, somente o segundo elemento, porque
advérbios são formas invariáveis. ®Sérgio.
sábado, 16 de junho de 2012
O APÓLOGO
A origem do apólogo (do Grego apólogos = narrativa
detalhada.) é remota e um tanto obscura, acredita-se que tenha surgido
no oriente, porém, está presente na literatura de todos os povos.
É uma narrativa em
prosa, curta e alegórica, comumente confundida com a fábula e a parábola, em
razão do conteúdo moral explícito ou implícito, ou seja, um conceito moral que
sempre encerra a narrativa e à estrutura dramática a qual se fundamenta. No
entanto, estudiosos do assunto afirmam que a distinção se faz pelas
personagens.
Apólogo é protagonizado
por coisas inanimadas (plantas, pedras, rios, relógios, montanhas, relógios,
estátuas, etc.) que adquirem certos dotes humanos: a fala, por exemplo. Ao
passo que a fábula conteria de preferência animais irracionais, e a parábola
seres humanos. Eis um exemplo de apólogo:
Havia no alto de uma
montanha três árvores, que cresciam e sonhavam juntas. Sonhavam,
principalmente, o que seriam depois de grandes. E assim, todo dia, repetiam
entre si, seus sonhos.
A primeira, olhando as
estrelas, dizia: "Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de
tesouros. E, para tanto, até me disponho a ser cortada".
A segunda, sempre que
olhava o riacho a correr, suspirava: "Eu quero ser um navio grande para
transportar reis e rainhas".
A terceira que amava
aquele vale, que pulsava em vida, anunciava: "Quero ficar aqui, no alto da
montanha, e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem os
olhos e pensem na grandiosidade de Deus".
Passado muitos anos, um
dia, três lenhadores subiram a montanha e as cortaram. As duas primeiras,
vibravam, ansiosas, em serem transformadas naquilo que sonhavam, porém a
terceira, nem tanto. Mas os lenhadores não costumavam ouvir ou entender sonhos
de árvores. E a primeira acabou sendo transformada em um cocho, aonde os
animais vinham comer. A segunda virou um simples barco de pesca, carregando
pessoas, carga e peixes. A terceira, foi cortada em grossas vigas, e quase
todas, usadas na construção um estábulo para os animais, somente duas foram
guardadas num depósito à espera de utilização.
Desiludidas e tristes
as três irmãs árvores se perguntavam: Por quê?
Eis que, numa noite,
uma jovem mulher, prestes a dar à luz, e seu marido José não encontrando lugar nas
hospedarias, colocou seu bebê recém-nascido naquele cocho de animais. A
primeira árvore, então, percebeu que abrigava o maior tesouro do mundo e que
Deus não só realizara o seu sonho como ainda a privilegiara entre todas as árvores
do mundo. E deu glória a Deus.
Anos mais tarde esse
menino, agora homem, entrou num barco - o mesmo em que a segunda árvore havia
se transformado-, e nele acabou dormindo, quando uma tempestade abateu-se sobre
a embarcação. O homem levantou-se e disse: "Que se faça a bonança"! E
veio a calma e a tranquilidade no mar revolto; e a árvore, compreendeu que
estava transportando o rei do céu e da terra, que estava recebendo de Deus
muito mais do que pedira.
Outros três anos se
passaram. E numa fatídica sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando
suas vigas foram unidas em forma de cruz e nela um homem foi deitado e pregado.
A princípio, a terceira árvore, sentiu-se horrível e cruel. Mas, dois dias
depois, aquele que em suas vigas tinha sido crucificado, ressuscitava dos
mortos para subir ao céu. E a terceira árvore percebeu que nela havia sido
pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se
lembrariam de Deus e de seu Filho ao olharem para aquela cruz.
As árvores haviam tido
sonhos e desejos... E os julgaram perdidos. Porém eles aconteceram, e foi maior
do que haviam imaginado. Assim, digo-lhes: nunca deixe de acreditar em seus
sonhos, mesmo que, aparentemente, eles sejam impossíveis de se realizar.
Na Literatura
Brasileira o apólogo encontrou adeptos em: D. Francisco Manuel de Melo, Apólogos Dialogais (1721); João Vicente
Pimentel Maldonado, Apólogos (1820); Machado
de Assis, Um Apólogo (também conhecido
por A Agulha e a Linha), pertencente ao volume Várias Histórias (1896); Coelho Neto, Apólogos (1904). ®Sérgio.
A ALUSÃO
Está sendo feita uma alusão ao
célebre general grego Pirro. Você só poderá entender essa alusão, se conhecer a
história do general; que é a seguinte: seu exército após uma difícil vitória
sofreu tantas baixas que o levou a dizer: "Mais uma vitória como esta e
estou perdido". De modo que a alusão à vitória de Pirro passou a ser, em
qualquer contexto, uma conquista difícil.
Camões, ao
dizer que "Cessem do sábio Grego e Troiano / As navegações grandes que
fizeram" (Os Lusíadas, c. I, est. 3), alude a Ulisses e Enéias.
Percebe-se,
sem dúvida, que a alusão é a leve menção de outros textos dentro de um texto,
pela inserção do autor. A alusão não transcreve um texto preexistente, apenas o
referencia. Por outro lado, nem sempre o leitor, ainda que culto e atento, reconhece
a alusão encerrada numa passagem.
Segundo
estudiosos de literatura como Earl Miner e outros, podemos distinguir os
seguintes tipos de alusão:
1. Alusão Tópica ou Histórica, quando se
refere a acontecimentos passados ou recentes. É o caso do general Pirro.
2. Alusão Pessoal, quando o escritor
menciona fatos relativamente notórios de sua própria existência. Como é o caso
do poeta e dramaturgo William Butler Yeats, cuja obra está repleta de alusões
restritas à sua vida privada.
3. Alusão Nominal, quando se refere a um
nome próprio do conhecimento geral. Homero, Platão, Ulisses, Enéias, James
Joyce.
4. Textual, quando se refere a textos
preexistentes na tradição literária. Uma obra literária pode ser, no seu todo,
uma alusão de uma obra anterior, como no caso de Osman Lins, que transpôs para
o sertão pernambucano, em O Fiel e a Pedra, a Eneida de Virgílio. ®Sérgio.
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Para saber mais:
E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
SANTIDADE E MARTÍRIO
Na tela A Morte de Marat (1973) de
Jaques-Louis David, vemos o revolucionário Jean-Paul Marat (1743 - 1793), líder
da Revolução Francesa, romanticamente representado com uma áurea de santidade e
martírio. Na realidade, Marat tinha uma aparência bastante desagradável, devido
a uma debilitante doença crônica da pele (escrófula), adquirida quando ele se
escondia nos esgotos de Paris.
Sua doença de pele ia piorando, e seu
último recurso para evitar o desconforto era tomar banhos medicinais. Marat
estava em sua banheira em 13 de julho de 1793, quando uma jovem mulher,
Charlotte Corday, dizendo ser uma mensageira pediu para ser admitida em suas
dependências. Quando ela entrou, armou-se com uma faca e esfaqueou-o no peito.
Ele gritou "À moi, ma chère amie!" (ajude-me, cara amiga) e morreu. ®Sérgio.
terça-feira, 5 de junho de 2012
O PARADOXO
Benito Amilcare Andrea Mussolini (1883 - 1945) já mostrava que não estava para brincadeiras desde
pequeno. Foi-lhe dado o nome
de Benito em honra do
revolucionário mexicano Benito Juárez. Com apenas 11 anos ele esfaqueou um de seus colegas, de uma escola regida por monges salesianos, e jogou tinta em um professor, sendo expulso logo em seguida. Após
ingressar em uma nova escola, alcançou boas notas, e conseguiu um emprego como professor da escola
primária, depois foi artesão, redator de jornal e escritor, tendo publicado
alguns contos e um romance. Uma curiosidade é que ele evadiu-se da Itália para
fugir do serviço militar obrigatório, mas foi expulso da Suíça por vagabundagem
e foi obrigado a cumprir, na Itália, o serviço militar. ®Sérgio.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
OBRIGADOS A LUTAR ATÉ A MORTE
Lucius Aelius Aurelius Commodus (161-192
a. C.), imperador romano (o vilão do filme Gladiador) era filho do Imperador César
Marco Aurélio Antonino Augusto (121–180 a. C.). Aos 17 anos Commodus foi
empossado vice-imperador e reinou em conjunto com o pai durante três anos. Com
a morte do pai assumiu o poder e pelos 12 anos seguintes (bem mais que no
filme), mandou e desmandou em Roma.
Commodus recolhia pelas ruas de Roma,
anões, leprosos, aleijados e cegos para levá-los ao Coliseu, onde eles eram
obrigados a lutar uns com outros até a morte usando facas de açougueiros. ®Sérgio.
sábado, 2 de junho de 2012
OS 10 LIVROS MAIS VENDIDOS NO MUNDO NOS ÚLTIMOS 50 ANOS
A
Bíblia Cristã, As Citações de Mao Tse-Tung, A Saga Harry Potter, Saga O Senhor
dos Anéis, O Alquimista, O Código Da Vinci, Saga Crepúsculo, E o Vento Levou,
Pense e Enriqueça, o Diário de Anne Frank. Números expressos em milhões de
cópias.
Fonte: EBook Livre
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