Está sendo feita uma alusão ao
célebre general grego Pirro. Você só poderá entender essa alusão, se conhecer a
história do general; que é a seguinte: seu exército após uma difícil vitória
sofreu tantas baixas que o levou a dizer: "Mais uma vitória como esta e
estou perdido". De modo que a alusão à vitória de Pirro passou a ser, em
qualquer contexto, uma conquista difícil.
Camões, ao
dizer que "Cessem do sábio Grego e Troiano / As navegações grandes que
fizeram" (Os Lusíadas, c. I, est. 3), alude a Ulisses e Enéias.
Percebe-se,
sem dúvida, que a alusão é a leve menção de outros textos dentro de um texto,
pela inserção do autor. A alusão não transcreve um texto preexistente, apenas o
referencia. Por outro lado, nem sempre o leitor, ainda que culto e atento, reconhece
a alusão encerrada numa passagem.
Segundo
estudiosos de literatura como Earl Miner e outros, podemos distinguir os
seguintes tipos de alusão:
1. Alusão Tópica ou Histórica, quando se
refere a acontecimentos passados ou recentes. É o caso do general Pirro.
2. Alusão Pessoal, quando o escritor
menciona fatos relativamente notórios de sua própria existência. Como é o caso
do poeta e dramaturgo William Butler Yeats, cuja obra está repleta de alusões
restritas à sua vida privada.
3. Alusão Nominal, quando se refere a um
nome próprio do conhecimento geral. Homero, Platão, Ulisses, Enéias, James
Joyce.
4. Textual, quando se refere a textos
preexistentes na tradição literária. Uma obra literária pode ser, no seu todo,
uma alusão de uma obra anterior, como no caso de Osman Lins, que transpôs para
o sertão pernambucano, em O Fiel e a Pedra, a Eneida de Virgílio. ®Sérgio.
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Para saber mais:
E-Dicionário de Termos Literários, coord. de Carlos Ceia.
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