O velhinho – como se
diz por aí - já estava com o "pé na cova". Agora, com perto de 98
anos, a hora chegava. Desenganado, os parentes só aguardavam ele entregar a
alma a Deus. O velho caboclo meio cego, ausente das coisas, febril, as pernas
mortas, já não reconhecia ninguém, certamente não passaria daquela tarde. De
repente, sem mais, sem menos, o velhinho, contrariando a junta médica, começou
a dar mostras de que voltava à vida.
Ao lado de sua cama,
estava o netinho que rendia seu turno. E
então daí, um cheiro de pão de queijo saindo do forno chegou até o
quarto do moribundo e ele, que não comia havia dias, entrou em êxtase. Sem mais
delongas, reunindo as poucas forças, pediu ao netinho: busque para o vovô uns
pães de queijo. O netinho foi correndo:
— Vovó, o vovô melhorou e pediu pão de
queijo.
— Diz para ele que nada de comer pão de
queijo agora, eles são para o velório. ®Sérgio.
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