Filho de pai desconhecido e abandonado
pela mãe na infância, Jean Genet (1910 -
1986), o escritor e dramaturgo maldito, entrou cedo no mundo dos crimes,
indo parar em um reformatório aos 10 anos de idade. Fugiu logo em seguida e
mudou de nome, continuando na vida bandida como garoto de programa (batia nos
clientes velhos para limpar-lhes a carteira) e ladrão. Foi para a prisão
novamente e lá permaneceu por 13 anos, período em que iniciou sua carreira
literária. Condenado, por crime de morte, à prisão perpétua, obteve o perdão em
1948 graças aos esforços de Jean Cocteau e Jean-Paul Sartre, rendidos a seu
talento literário; embora só tenha estudado até os 13 anos, deu um banho de
cultura e erudição, devorando e assimilando Mallarmé, Rimbaud, Dostoiévski e
Baudelaire, e ainda aprendeu vários idiomas na prática (alemão, espanhol,
italiano, árabe e inglês). Em 1983 foi-lhe concedido o mais importante prêmio
literário francês, o Grande Prêmio Nacional. Em seus romances e peças de
teatro, cujos protagonistas são quase sempre delinquentes e marginais, Genet
abala a consciência social e a fragilidade do sistema de valores da sociedade
burguesa. Jean Genet usou a literatura autobiográfica para se inventar como
mito, mas a maior parte era mentira. Descrevia-se
como alguém mais perigoso do que realmente era para se valorizar. Foi
bem-sucedido.
Dentre suas obras destacam-se Nossa Senhora das Flores (1940); Querelle – Amar e Matar (1947); publicou
suas memórias em Diário de Um Ladrão
(1949); Um Cativo Apaixonado, originalmente publicado um mês após
sua morte, em 1986, de câncer na garganta. As peças de teatro Haute Surveillance (1949), O Balcão (1956), Os Negros (1958) e Les
Paravents (1961). ®Sérgio.
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