segunda-feira, 29 de julho de 2013

CRUCIFICA-O, CRUCIFICA-O!

Por diversas vezes, questionei o porquê de no julgamento de Jesus Cristo, a multidão de Jerusalém ter escolhido que Barrabás (era costume, naquela época, libertar um prisioneiro na Festa da Páscoa) fosse solto, em vez de Jesus. Pois, em Mateus 21/8-11, Jesus entrou triunfalmente em Jerusalém com a multidão espalhando roupas pelo chão para Cristo passar. Ser trocado por Barrabás é uma cena tão ultrajante que nos faz questionar o motivo.
Pilatos queria soltar Jesus (Lucas 23/20). Teve até o impulso emocional da esposa, que reconheceu que Jesus era justo e disse ao marido que não se envolvesse naquilo. Depois Pilatos perguntou à multidão: "Que mal este fez?" (Lucas 23/22). Pilatos começa afirmando que Jesus é inocente, mas acaba concedendo a sentença de morte que a multidão exigiu (fico imaginando o barulho ensurdecedor da multidão gritando naquele lugar, em favor de Barrabás, a cada indagação de Pilatos). Diz-nos o estudioso H. Brownlee Reaves, que a multidão foi incitada pelos sacerdotes para o crucificarem.
Em livros e filmes, Barrabás é geralmente descrito como um homem mal, um criminoso. Mas ele pode realmente ter sido um combatente da liberdade na resistência judaica aos romanos, pois era integrante de um partido judeu que lutava contra a dominação romana. Foi preso após um ataque a um grupo de soldados romanos na cidade de Cafarnaum, onde possivelmente um soldado foi morto. Daí a teoria de que Barrabás foi escolhido porque era um tipo de “sicário”, ou seja, judeus que saiam armados de punhais para matar romanos na calada da noite como uma forma de vingança pela destruição do templo pelo imperador romano Vespasiano. Por isso, os sicários eram assassinos amados pela população. Evidência para isso pode ser encontrada em Marcos 15/07, que nos diz que ele estava na prisão porque tinha tomado parte em um levantamento recente. De fato, alguns estudiosos bíblicos acham que ele foi um líder rebelde importante. Se assim for, isso explicaria por que a multidão gritava por sua libertação.
Então, quando ocorreu o inimaginável, o que fez Barrabás? Será que ele decidiu dedicar a vida a Deus porque tinha recebido a liberdade? Será que ele se arrependeu e fez boas obras o resto da vida, tentando ser digno de seu bom nome, ou será que voltou à vida de crimes e degradação? ®Sérgio.

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