sábado, 18 de maio de 2013

PARADOXO - Figuras de Linguagem

Paradoxo é a reunião de idéias contraditórias e aparentemente inconciliáveis, num só pensamento, o que nos leva a expressar uma verdade com aparência de mentira. Quando falamos, por exemplo:
     ●   Eles são ricos pobres.
Tanto "rico" quanto "pobre" são adjetivos que se referem ao sujeito [eles]. Os dois adjetivos pertencem a uma mesma unidade da frase, ambos qualificam um mesmo ser. Mas estes dois adjetivos têm sentidos opostos. Estamos a conciliar dois julgamentos distintos: pensamos na riqueza deles porque têm dinheiro, mas simultaneamente na pobreza, por sabermos do vazio de vida que vivem, ou da aridez de alma.
Todo o paradoxo, em última análise, encerra uma antítese, porém uma antítese especial, que em vez de opor, enlaça idéias contrastantes: Antítese: Eu sou velho, você é moço. Paradoxo: Eu sou um velho moço.
O paradoxo revela-nos que a conciliação de contrários é possível e, por vezes, indispensável para se exprimir a verdade. Exemplos de paradoxos modernos: Inocente culpa / lúcida loucura / silêncio eloquente / ditadura democrática / ilustre desconhecido / um silêncio ensurdecedor / um supérfluo essencial / boatos fidedignos / espontaneidade calculada / mentiras sinceras / É proibido proibir. / Foi sem querer, querendo.
Quando Camões em célebre soneto sobre as contradições do amor, disse que esse sentimento:
“Amor é fogo que arde sem se ver, / É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente, / É dor que desatina sem doer.”
Criou um dos mais bonitos paradoxos do lirismo português. O contrário do paradoxo é o pleonasmo. ®Sérgio.

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