sábado, 26 de fevereiro de 2011

AS MUSAS INSPIRADORAS

Clio, segundo Mignard
As musas são figuras mitológicas, deusas irmãs inspiradoras da criação artística. Inicialmente, eram as inspiradoras dos poetas. Na literatura, por exemplo, inspiradoras da poesia e dos poetas. Daí, serem eles (os poetas) quem mais as citaram em seus poemas. Mais tarde sua influência se estendeu a todas as artes e ciência.
Na Grécia, eram nove as musas; todas filhas de Mnemosine (Memória) e Zeus (Júpiter). As musas tinham a incumbência de perpetuar vitórias e glórias do Olimpo; por isso cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhadas pela lira de Apolo, para o prazer das divindades gregas. Atenas consagrou-lhes um templo o Museion (que deu origem à palavra museu); e Roma muitos templos. Estátuas das musas eram muito usadas em decoração. Os escultores representavam-nas sempre com algum objeto, como a lira ou o pergaminho.
Apesar das Musas terem se consagrado como o ente que inspira o poeta, nos tempos modernos, muitas vezes, elas são confundidas com a amada do poeta. No arcadismo e no Romantismo, os poetas sempre invocaram as musas, não mais numa atitude de pedir proteção, mas como recurso literário.
Segundo Hesíodo as musas são em número de nove, a saber:
 Calíope (musa do poema épico) – a mais velha das musas; representada pelos escultores com ar majestoso, ornada de grinaldas e fronte cingida de uma coroa de ouro; com uma mão segura uma trombeta e com a outra, um pergaminho contendo um poema épico.
 Clio (musa da História) – representada pelos escultores coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado Tucídide (historiador grego, autor de A Guerra do Peloponeso). Descansa sobre o globo terrestre para mostrar que a história alcança todos os lugares e todas as épocas.
●  Érato (musa da poesia lírica) - tinha por símbolo a flauta, sua invenção. Representada coroada de flores, tocando a flauta. Ao seu lado estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Essa imagem simbolizava o quanto as letras encantam àqueles que as cultivam.
●  Tália (musa da comédia) - vestia-se com uma máscara cômica e portava ramos de hera.
●  Melpômene (musa da tragédia) - ricamente vestida, usa máscara trágica, folhas de videira e coturnos. O seu aspecto é sempre grave e sério.
●  Terpsícore (musa da dança) - regia também o canto coral. Representada pelos escultores coroada de grinaldas, tocando uma lira, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos.
●  Euterpe (musa do verso erótico) - coroada de mirto e rosas, a jovem musa segura na mão direita uma lira e na esquerda um arco. Ao seu lado está um pequeno cupido que lhe beija os pés.
●  Polímnia (musa da retórica) - vestida de branco e de véu, apresenta-se em atitude pensativa, meditativa.
●  Urânia (a musa da astronomia) – era a entidade a que os astrônomos e/ou astrólogos pediam inspiração. Vestida de azul-celeste e coroada de estrelas, segura um compasso e um globo celeste.
Na mitologia greco-romana existem outros grupos de musas, de cunho mais regional, como o das musas Méleta, da meditação; Mnema, da memória; e Aede, protetora do canto e da música.
Platão, certa vez escreveu: "Dizem que há nove musas, que falta de memória! Esqueceram a décima, Safo de Lesbos." ®Sérgio.
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Para maiores informações a restpeito deste assunto ver: Portal Graecia Antiqua. Disponível em: http://greciantiga.org/lit/lit03b.asp. 

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