quinta-feira, 7 de outubro de 2010

TORTURANDO A LETRA

Dia desses, enquanto aguardava minha vez no saguão do consultório de meu cardiologista, folheava a Revista Gloss (editora Abril), de 08 de 2010, quando à pagina 158, dei "de cara" com um artigo de Fabiana Faria que me interessou grandemente. Vou transcrevê-lo a seguir, porque acho que ele se enquadra nos propósitos literários e artísticos dos associados e frequentadores do blog:
TRECHOS DA MÚSICA BRASILEIRA QUE NEM FREUD EXPLICA
"Inda da Lambuja tem o carneirinho, presente na boca." (Acabou Chorare, de L. Galvão e Morais Moreira)
"Vaca das Divinas Tetas /... E o resto inunde as almas dos caretas." (Vaca Profana, de Caetano Veloso)
"Grávida de um beija flor / grávida da terra / grávida de um liquidificador." (Grávida, de Arnaldo Antunes)
"Ó, menina pinta lainhá, iê / Biriti-guiri me dá / Biriti-guiri me dê / Biriti-guiri me diz." (Me dá, Me dê, Me diz, de Tom Zé)
"A paixão / puro afã, místico clã de sereia / castelo de areia, ira de tubarão, ilusão." (Acaí, Dijavan)
"Abacateiro, sabes ao que estou me referindo / Porque todo o tamarindo tem seu gosto azedo." (Refazenda, Gilberto Gil)
"O brilho do meu canto tem o tom / E a expressão da minha cor? Vermelho!..." (Vermelho de Chico da Silva)
"Colombo procurou as Índias, mas a terra avisto em você". (All Star de Nando Reis)
"[...] O peito como bússola / Nenhum receio do lado negro da rua / E me guia na bubuia". (Bubuia, da cantora Céu)
"Meu amor eu sinto muito, muito, muito, mais vou indo / Pois é tarde, muito tarde e eu preciso ir embora / Sinto muito meu amor mas acho que já vou andando / Amanhã acordo cedo e preciso ir embora / Eu queria ter você mas acho que já vou andando / [...]" (Núcleo Básico, Ira)
Quintus Horatius Flaccus, Horácio para nós, filósofo e um dos maiores poetas da Roma Antiga, achava que "aos poetas e aos pintores sempre foi concedida a liberdade de ousar qualquer coisa". Tá certo seu Horácio, quem sou eu para contradizê-lo, mas esse pessoal aí de cima ousou demais. É ou Noé? ®Sérgio.

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