quarta-feira, 19 de maio de 2010

REFLEXÕES SOBRE A CRÔNICA

"A crônica é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originalmente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão de cozinha." (CÂNDIDO, Antônio. A vida ao rés do chão. Em: Para gostar de ler: crônicas, volume 5. São Paulo, Ática.
Antonio Candido de Mello e Souza (Rio de Janeiro, 24 de julho de 1918) é poeta, ensaísta e professor. Recebeu os prêmios:  Intelectual do Ano 2007, conferido pela UBE - União Brasileira de Escritores, em 2008, e O Prêmio Juca Pato que agracia o intelectual que mais se destacou no ano anterior.
"A estrutura da crônica é uma desestrutura; a ambiguidade é sua lei. A crônica tanto pode ser um conto, como um poema em prosa, um pequeno ensaio, como as três coisas simultaneamente. Os gêneros literários não se excluem: incluem-se. O que interessa é que a crônica, acusada injustamente como um desdobramento marginal ou periférico do fazer literário, é o próprio fazer literário. E quando não o é, não o é por causa dela, a crônica, mas por culpa dele, o cronista. Aquele que se apega a notícia, que não é capaz de construir uma existência além do cotidiano, este se perde no dia-a-dia e tem apenas a vida efêmera do jornal. Os outros estes transcendem e permanecem." (PORTELLA, Eduardo. Visão prospectiva da literatura brasileira, 1979, p. 53-4. In: Vocabulário técnico da literatura brasileira. Rio de Janeiro, Tecnoprint, 1979.)
Eduardo Mattos Portella (Salvador, 8 de outubro de 1932) é crítico, professor, escritor, conferencista, pesquisador, pensador, advogado e político brasileiro. Pertence à Academia Brasileira de Letras.
®Sérgio.

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