O eufemismo é uma espécie de perífrase, ou seja, é
atenuação, a substituição - por motivos religiosos, éticos, supersticiosos ou
emocionais - de uma palavra ou expressão de sentido rude, desagradável, por
outra de sentido agradável ou menos chocante. Por exemplo, a infinidade de
eufemismo popular para dissimular o nome do Diabo: Arrenegado, Cão, Coisa-ruim,
Tinhoso, etc.
[...] pelo menos ele descansou.
A utilização do verbo descansar atenua o impacto da ideia de
"morrer". A morte, na nossa cultura, ê considerada algo desagradável,
assustador, daí a grande quantidade de eufemismos criados e utilizados para
designar essa ideia - falecer, passar desta para a melhor, ganhar a vida, etc.:
•
Depois de muito sofrimento, entregou a alma ao senhor.
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Quando a indesejada da gente chegar. (Manuel Bandeira)
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Era uma estrela
divina que ao firmamento voou! (A. de Azevedo)
Expressões populares como: Ir para a
terra dos pés juntos; Comer capim pela raiz; Vestir o paletó de madeira; são
exemplos de eufemismo, porém o caráter cômico dessas expressões em situações de
grande impacto como a morte, subtrai a função do eufemismo.
Outros exemplos:
• Ele faltou com a
verdade. (= mentiu)
• [...] trata-se de um usurpador do bem alheio. (= ladrão)
• Vivia de caridade
pública. (= esmolas) (Machado de Assis)
• O aluno foi convidado
a sair da escola.
(= expulso da
escola)
• Paulo não foi feliz nos exames. (= foi reprovado)
• Enriqueceu por meios ilícitos. (= roubou)
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Querida, ao pé do leito derradeiro. (= túmulo) (A. de Azevedo)
Como se vê, no eufemismo, existe uma intenção, por
parte do falante ou do escritor, de não chocar o seu interlocutor ou leitor. ®Sérgio.